Há alguns anos atrás a possibilidade de se ter corridas de veículos elétricos começou a circular com mais intensidade nos meios automobilísticos. Jean Todt, presidente da FIA, ouviu, gostou do que estava sendo comentado e resolveu abraçar este projeto que, dois a três anos depois, ganha as pistas de vários países e abre com um grid de vinte veículos competindo.
Duas empresas extremamente ligadas ao meio ambiente e que investem forte em alternativas mais eficientes e menos agressivas ao mundo também gostaram da idéia e entraram apoiando o projeto, são as marcas que se responsabilizaram pelos propulsores e também pelos pneus da categoria – Renault e Michelin. No desenvolvimento dos veículos, outras empresas interessadas na alta tecnologia e sempre ligada ao alto rendimento se associaram ao projeto – Dallara, McLaren e Williams. Elas colaboraram em muito e tornaram realidade os vinte exemplares que rodam pelas pistas, atinjindo 220 km/h, mesmo sem ter o efeito sonoro reverberando nas curvas e retas das pistas mais famosas pelo mundo, como os Fórmula 1.
O SRT_01E Spark-Renault é o primeiro carro elétrico a ser homologado pela FIA. Utilizando a mais recente tecnologia, o SRT_01E visa alongar os limites do que é atualmente possível no automobilismo elétrico, garantindo um equilíbrio entre rentabilidade e sustentabilidade, além de lidar com as demandas de corridas inteiramente em circuitos de rua, com emissão zero de poluentes.
Ele foi projetado pela empresa de Tecnologia Spark Race, francesa, liderada pelo renomado Frédéric Vasseur, juntamente com um consórcio de algumas das empresas líderes no automobilismo. A empresa italiana Dallara, que contam com mais de 40 anos de experiência no automobilismo, se responsabiliza pelo chassis monocoque, com um design aerodinâmico que beneficia as ultrapassagens. Feito de fibra de carbono e alumínio, o chassi é ao mesmo tempo super leve e incrivelmente forte e totalmente em conformidade com os mais recentes testes de colisão da FIA – o mesmo usado para regular a Fórmula Um. Na área de powertrain elétrico e eletrônicos a McLaren Sistemas Eletrônicos assumiu o controle do projeto, líder mundial em tecnologia de alto desempenho para automobilismo em geral. Enquanto isso, a Williams Engenharia Avançada, parte do grupo de Williams de empresas que inclui o famoso Williams F1 Team, irá fornecer as baterias que produzem 200kw, o equivalente a 270bhp. Este powertrain será ligado a uma caixa sequencial de cinco velocidades, fornecido pela Hewland, com relações fixas para ajudar a reduzir ainda mais os custos.
Supervisionar toda a integração destes sistemas será a responsabilidade técnica da Renault, líder na construção de veículos elétricos e uma especialista em automobilismo, graças às suas Sport Technologies e Renault Sport F1. Especialmente concebido, os pneus de 18 ” especialmente produzidos, será fornecido pelo Michelin, parceiro oficial do campeonato, capaz de proporcionar um ótimo desempenho tanto em condições molhadas e secas.
Lucas de Grassi foi o piloto de testes da categoria durante o período de concepção da F-E. Trabalhou também nos bastidores para ajudar os organizadores a moldarem o formato do campeonato e acabou confirmado na equipe AUDI, junto com o piloto Daniel Abt. A primeira etapa já aconteceu em 13 de Setembro passado, pelas ruas de Beijin, China e não deu outra, Lucas de Grassi teve um excelente desempenho e ainda sorte pelo acidente que envolveu Nicolas Prost e Nick Heidfeld, que abandonaram a prova e estavam na sua frente, faltando uma volta para o fim da prova.
Na sequência o campeonato passará por Putrajaya, na Malásia; Punta del Este, no Uruguai; Buenos Aires, na Argentina; Miami e Long Beach, nos Estados Unidos; Monte Carlo, em Mônaco; Berlim, na Alemanha; e Londres, no Reino Unido. Somente na capital alemã o evento não será realizado num circuito de rua, mas sim no Aeroporto Berlin Tempelhof, hoje desativado como aeroporto.
As pistas são novas para todos e deverá ser mais um desafio para os experientes pilotos que atuarão pelas dez equipes com dois pilotos em cada, neste primeiro ano de competição, são eles:
Três brasileiros participam deste primeiro campeonato da nova categoria: Lucas de Grassi, Nelsinho Piquet e Bruno Senna. Menos experientes com este tipo de propulsão, tanto Nelsinho Piquet quanto Bruno Senna, acreditam que esta nova categoria será um sucesso e se consideram privilegiados em estarem pilotando já em sua primeira edição. Na primeira etapa em Beijin, eles não tiveram tanta sorte assim, Nelsinho acabou em oitavo lugar, uma volta atrás e Bruno Senna não pssou da primeira volta, com problemas elétricos no veículo.
A próxima etapa será no dia 22 de Novembro, em Putrajaya, na Malásia e nos reserva mais emoção, mesmo que de maneira silenciosa.