Quase 500 universitários com 55 protótipos de 29 universidades de todo o país encerraram sua participação depois de três dias de competição no Kartódromo Ayrton Senna, em Interlagos (SP).
A 10ª Maratona da Eficiência Energética foi um sucesso depois de três dias de competição no Kartódromo Ayrton Senna, em Interlagos, zona sul de São Paulo. Quase 500 estudantes com 55 protótipos de 29 universidades de sete Estados (SP, PR, SC, RS, MG, BA, MA) brasileiros tentaram alcançar as melhores marcas de economia com motores movidos a Gasolina, Etanol e Eletricidade. De acordo com Alberto Andriolo, idealizador e organizador do evento este ano houve uma participação maior de protótipos e do envolvimento das equipes, bem como um melhor controle de qualidade na construção dos veículos e na apuração dos resultados.
Os primeiros colocados com veículos movidos com Gasolina foram o Instituto Mauá de Tecnologia /SP, na primeira colocação com o protótipo Pé de Pano e a marca de 405,845 quilômetros por litro; em segundo lugar ficou a Universidade Federal de Santa Catarina/SC com Arara Negra, marca de 328,587 km/l e em terceiro ficou a Fundação Universitária da Região de Joinville/SC, com a marca de 248 km/l. Na categoria Etanol a primeira posição ficou também com o Instituto Mauá de Tecnologia, com o veículo Barão de Mauá, que fez 233,057 km/l. O vice-campeão foi a Fundação Universitária da Região de Joinville/SC com o Uniet, com a marca de 149 km/l; e na terceira posição ficou a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com o protótipo Empurra que Vai, que completou a prova com 108,764 km/l.
Na categoria Elétrico o primeiro colocado foi a Escola de Engenharia de São Carlos/SP com o veículo Faisca II com o consumo 42,492 KJoules; em segundo ficou o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, com o veículo Ecofet com a marca de 42,651 KJoules; e em terceiro a Universidade Presbiteriana Mackenzie com o veículo Bagre I com a marca de 66,455 KJoules.
Alberto Andriolo, idealizador e organizador da 10ª Maratona da Eficiência Energética destacou que com relação às competições anteriores as marcas foram superadas, chegando próximas dos recordes. A prova transcorreu em ambiente bom, com parcerias interessantes que tendem a crescer a partir do próximo ano. “A ideia é mostrar que os universitários são criativos, inovadores, arrojados e aceitam desafios”, comemorou. Segundo ele a indústria precisa de profissionais que gostem e tenham prazer de exercitar desafios, ela necessita e solicita indicações de alunos das equipes participantes, e buscam esses estudantes para fazer parte do time de funcionários das montadoras. “Já tivemos dois convites de empregos aqui e estamos pretendendo cada vez mais aumentar esse tipo de relacionamento”, ressalta Andriolo.
Responsável pela entrega dos troféus aos vencedores, Emerson Fittipaldi disse que é necessário incentivar a juventude, a pesquisa, a tecnologia, e tentar descobrir coisas novas. Para o ex-piloto esse contexto é espetacular com várias equipes de universidades de todo o Brasil. “Enquanto no Autódromo José Carlos Pace treinavam os carros mais sofisticados do mundo, no kartódromo a juventude mostrava um talento espetacular. Parabéns, estou muito feliz por estar nesse evento e espero que seja a primeira participação de muitas outras”, comentou. O piloto ressaltou que tudo na vida é um desafio, cada vez mais nunca se pode estar contente com o que já fez. “O ano que vem se preparem que a concorrência vai melhorar”, adiantou.
A Maratona da Eficiência Energética é uma competição que oferece o desafio para estudantes de escolas de ensino superior na área de engenharia criar protótipos dos veículos mais econômicos e inovadores do Brasil, quanto ao uso eficiente de combustíveis nas categorias gasolina, etanol ou eletricidade. Disputada desde 2004, a Maratona da Eficiência Energética é a quarta maior competição do gênero no mundo e a única organizada na América. Vencem as equipes cujo veículo consegue obter o menor consumo de combustível.
Uma das equipes universitárias que participou da competição enfrentou uma verdadeira maratona desde a sua terra natal na região Nordeste. Essa equipe foi a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), na qual o ônibus que os transportava após percorrer cerca de 300 quilômetros apresentou problemas mecânicos retornando para São Luiz, onde embarcaram em outro ônibus fretado pela universidade. O protótipo foi despachado por avião.
Depois de dois dias e meio de viagem os integrantes chegaram a São Paulo, o líder da equipe Antonio Vinicius Garcia Campos, 21 anos, adiantou que a viagem foi cansativa porque partiram na terça-feira e chegaram apenas na quinta-feira de madrugada em São Paulo. “Nós viemos com gás e garra para tentar competir, tivemos um gasto extra, boa parte tiveram de tirar do próprio bolso mesmo para pagar alimentação e tomar banho. A universidade só deu dinheiro para competir e não para os imprevistos”, explicou. Para Vinicius Campos o acontecimento foi uma fatalidade, não esperavam a quebra do ônibus, estavam com a expectativa de chegar na segunda-feira e competir de igual para igual como os outros participantes. “Batalhamos muito pelo nosso veículo, que esse ano conseguiu estrear, pois no ano passado, em Curitiba teve problemas na transmissão e não conseguiu andar”, avaliou.
Apesar do atraso o veículo da equipe nomeado de Coyote (baseado no personagem do desenho animado Papa Léguas com suas invenções malucas para capturar o pássaro), percorreu oito voltas na pista. “Passamos um ano projetando o protótipo com bastante esforço, corremos atrás de parcerias do Maranhão que ajuda bastante a gente. Nos últimos cinco meses trabalhamos e montamos o veículo, e uma semana antes da competição terminamos ele. Nos testes realizados em uma pista de kart em São Luiz constatou-se que o protótipo percorreu 100 quilômetros com um litro de gasolina”, finalizou.